terça-feira, 15 de março de 2011


Quando a vida se torna uma espera profunda, antes tarde do que nunca. Mas quando é que a gente aprendeu a gostar mais da espera do que da chegada? Quando passamos a nos contentar com a possibilidade e a viver sem nunca ter? Ele não pode dormir um pouco a menos para te encontrar hoje e te dar o abraço que você precisa, mas um dia ele vai te abraçar, então, você aceita. Ele ainda não te ama, mas um dia pode ser que ame, então você insiste. Ele não dá a mínima, mas você dá o máximo para saber que fez a sua parte e se satisfaz assim. Ele errou e sabe disso, mas o próximo da fila está esperando, não dá tempo dele se desculpar, quando der, e ele estiver sozinho, ele te procura. Seus amigos querem que você desista, mas você ainda acredita no amor de vocês, ainda que ele não exista. Vai passando os dias e você ainda espera que ele chegue, mesmo que ele nunca tenha chegado. Há quem chegue, há quem passe e você sempre se apaixonou pelo errado. Você deixa a agenda do celular lotada de números para os quais nunca liga ou se liga não atendem ou se atendem não entendem a falta que você sente. Mas você deixa. Vai que um dia você precisa, vai que um dia o telefone toca? A paixão se torna promessas e o mais próximo de um relacionamento que você chega é colecionar possibilidades, trocar telefones e MSNs, pessoas que se tornam parte do passado sem dar tempo de que você as tenha em seu presente. E de presente eu quero hoje alguém disposto, simplesmente disposto e não o oposto do que eu sonhei para mim. Ainda há o que eu sinto, eu sei, eu sou daqueles que prefere amar e não ter do que ter e não poder amar. Mas eu cansei de te esperar com uma flor já seca em mãos desejando que em algum momento da vida a gente se esbarre. Eu sem motivo te elegi a flor mais bela e esqueci de notar tudo mais que há no mundo, como um beija-flor cego que procura sempre a mesma flor, não por ela se destacar, mas por já conhecer o caminho. Você era uma flor, mas não do que tipo que eu pensava. O problema de uma flor que tem espinhos é que você se agarra a ela mais do que às outras, e prefere sangrar a não se sentir vivo. Só que amor não é dor. E até o bastante, por hoje, e talvez para sempre, não me basta mais. Demora, mas a gente em algum momento mágico da vida entende que no amor sobrevive quem se esforça, não quem força. Tem horas que o coração da gente tem pressa e precisa de tudo cedo e o que chega tarde já não serve mais. Quando o "amanhã" com frequência se tornou hoje sem que você notasse eu notei que para nós já era tarde demais. Quando o amor pela dor e não mais pela paixão arde, antes nunca do que tarde.




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